As primeiras sílabas a gente nunca esquece – principalmente quando se é pai ou mãe! Observar como os bebês começam a desenvolver a fala é um dos momentos mais emocionantes de se acompanhar. “A fala se baseia na cópia de comportamentos sociais”, explica Paulo Liberalesso, médico do Departamento de Neuropediatria do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. “Por isso, é importante que nós, adultos, pronunciemos as palavras da forma mais correta possível em todas as conversas”, afirma.
O primeiro ano
Até os 12 meses, a criança começa com o choro e vai, aos poucos, incluindo alguns sons articulados, combinando consoantes e vogais. “Isso acontece por volta dos três meses, quando a criança começa a falar coisas como ‘ta’, ‘ma’, ‘ba’”, explica o pediatra. “As vogais ‘a’ e ‘e’ envolvem pouco controle motor, por isso a criança geralmente começa por elas”, afirma. Por esse mesmo motivo, os balbucios são iguais em todos os bebês, independente do idioma em que são criados.
Aos nove meses, já é possível identificar alguns sons, como “dada”, “papa”, embora eles ainda não tenham significado. É só depois do primeiro ano que a criança entra na segunda fase, chamada de silábica. Nela, o bebê já começa a dizer palavras simples, mas com significado. “Entre 12 e 18 meses, a criança já deve conhecer entre cinco e 20 palavras”, afirma o médico.
O desenvolvimento
Até os dois anos, essa habilidade vai continuar se desenvolvendo e o bebê será capaz de montar sentenças curtas, como “ir casa”. Alguns sons também adquirem outros sentidos – “au-au”, por exemplo, é cachorro. A essa altura, a criança já deve ser capaz de falar mais de cem palavras simples do seu cotidiano.
A preocupação com a gramática só vem entre os três e quatro anos, quando a criança começa a montar as frases de forma correta. Mas é só depois dos seis ou sete anos que a fala se torna parecida com a dos adultos.
Como estimular
Além de tentar sempre pronunciar as palavras de forma correta, Paulo Liberalesso afirma que os pais podem também incentivar o filho de outras formas. “É importante conversar com a criança olhando nos olhos, sempre na mesma altura e com palavreado simples, de preferência algo que ela já conheça”, ensina o especialista.
Segundo ele, embora os erros sejam comuns nesse aprendizado, repetir não é indicado. “Isso reforça o erro”, alerta. O correto é ensinar com muito amor e paciência, claro, e sem usar um tom infantilizado.
Uma curiosidade: crianças que aprendem duas línguas ao mesmo tempo naturalmente demoram um pouco mais a falar. “O cérebro trabalha em dobro porque tem que aprender dois significados para a mesma palavra”, explica o pediatra. Nada a se preocupar. “Ao longo da vida, essa criança provavelmente falará as duas línguas de forma fluente”, acredita o médico.
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